Alerta para a segurança no trabalho
Novos dados acendem o alerta para a segurança no trabalho em Santa Catarina. Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, divulgado ontem com informações de 2014 a 2016, o Estado apresenta dois cenários antagônicos. Por um lado, conseguiu reduzir o número total de acidentes no serviço ou a caminho do trabalho em 20%. Um índice superior à média da região Sul (18,1%) e à nacional (18,7%).
De outro lado, Santa Catarina aparece como o único Estado a ter aumento no número de mortes em serviço na comparação dos dois anos. Em 2014, foram 163 óbitos, número que subiu para 196 em 2016. Um aumento de 3,7% que vai na contramão do cenário nacional. Em todo o país, foi registrada uma redução de 19,7% nos óbitos.
Os dados indicam que, embora o Estado tenha reduzido o número de acidentes, a letalidade nos locais de trabalho ainda não recuou. Somente em 2016, foram aproximadamente 4,4 acidentes registrados a cada hora. A cada dois dias, pelo menos um trabalhador perdeu a vida.
É evidente que o número de casos impacta não apenas no bem-estar dos trabalhadores, muitos dos quais provedores do lar, mas também provoca prejuízo, difícil de ser calculado com assertividade, na produtividade das empresas e na economia catarinense.
Segundo estimativa da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, o Brasil gasta cerca de R$ 10 bilhões por ano com indenizações e tratamentos decorrentes de acidentes de trabalho.
Outro sinal de alerta vem dos agentes do Ministério do Trabalho em Santa Catarina, que convivem com cortes no orçamento que afetam diretamente a fiscalização, conforme os veículos da NSC Comunicação noticiaram em agosto do ano passado.
O Estado que ostenta os melhores índices de emprego no Brasil tem agora o grande desafio de reverter estes indicadores preocupantes na segurança do ambiente de trabalho. E aparecer com avanços já nos próximos levantamentos da Previdência Social.
Fonte: A Notícia - Editorial - 01.02.2018
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