Estresse no trabalho: 20% dos brasileiros pedem demissão devido a ansiedade
Estudo recente do Ministério do Trabalho e Emprego analisou cerca de 54 mil profissionais que saíram do emprego.
Uma pesquisa recente realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelou que os brasileiros que pediram demissão entre novembro de 2023 e abril de 2024 apontaram o estresse no trabalho como o principal motivo.
Esse número evidencia a necessidade de políticas voltadas para a saúde mental dentro das empresas. Segundo o levantamento, que entrevistou 53.392 pessoas que abandonaram o emprego, o estresse no ambiente profissional se tornou uma das maiores preocupações, superando questões como a falta de reconhecimento e problemas com a chefia imediata.
Para a psicóloga especialista em saúde mental no trabalho, Janaina Fidelis, o dado de 20% é preocupante, mas não surpreendente. “Vivemos em uma sociedade onde o ritmo acelerado e as demandas crescentes do trabalho estão levando um número crescente de profissionais ao limite. O estresse é uma resposta natural a essa pressão, mas, quando se torna crônico, pode levar a decisões drásticas, como a demissão”, afirma a especialista.
Além dos problemas salariais, que ainda são o maior fator de desligamento, com 32,5% das reclamações, a pesquisa do MTE também aponta que a insatisfação profissional e a falta de flexibilidade são alguns dos agravantes que geram pedidos de demissão no país, com 24% e 15%, respectivamente.
Com o aumento das demissões voluntárias, as empresas brasileiras enfrentam o desafio de reter seus funcionários em um cenário onde a saúde mental se torna cada vez mais importante. Para muitos trabalhadores, a busca por um ambiente de trabalho saudável e equilibrado é agora uma prioridade, e as organizações que não se adaptarem a essa realidade correm o risco de perder seus melhores talentos.
Por isso, Janaína Fidelis reforça a importância de as empresas adotarem políticas que previnam o estresse e valorizem os profissionais. “As organizações precisam entender que o bem-estar dos seus colaboradores é fundamental para a sustentabilidade do negócio. Políticas de flexibilidade, programas de apoio psicológico e uma cultura de reconhecimento podem ser decisivos para evitar a perda de talentos e melhorar o clima organizacional”, finaliza.
Fonte: O Tempo
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