Levantamento inédito revela tamanho da subnotificação de mortes no trabalho
Levantamento inédito do Ministério do Trabalho (MT) e Ministério Público do Trabalho (MPT) no Rio Grande do Sul aponta que, em 2016, apenas 27,5% dos acidentes de trabalho fatais chegaram às estatísticas oficiais.
O dado é resultado de estudo realizado pelo auditor-fiscal do Trabalho Otávio Kolowski Rodrigues, com apoio do MPT, e que será apresentado em evento alusivo ao Abril Verde, organizado pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre, em parceria com o MPT-RS, na quinta-feira (26/4). Durante todo o dia, haverá projeções de dados em telão e distribuição de folders no Largo Glênio Peres, na capital gaúcha.
A partir das 14h, serão apresentados à imprensa e ao público em geral os dados completos do estudo, realizado em parceria entre MT e MPT, baseando-se no cruzamento de dados das Polícias Civil, Rodoviária Federal e Rodoviária Estadual, do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho (SFIT) e do registro de óbitos de servidores públicos da área de segurança pública.
O evento antecede o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, em 28 de abril. Também é parceiro do evento o Programa Trabalho Seguro, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT4). Na ocasião, também será lançada a Campanha Nacional de Prevenção aos Acidentes do Trabalho (CANPAT), do MT.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região
Feriadão: o que diz a reforma trabalhista sobre banco de horas
Às vésperas de dois feriados prolongados na cidade (23 de abril e 1º de maio), muitos trabalhadores já se planejam para sair mais cedo e compensar a jornada via banco de horas. Desde novembro do ano passado, com a implantação da reforma trabalhista, patrões e empregados podem negociar diretamente o melhor modelo de escala para essas datas. A negociação ficou mais flexível.
Segundo Juliana Bracks, advogada trabalhista da Bracks Advogados Associados, o ideal para quem busca aproveitar os feriadões é utilizar o banco de horas por meio do acordo de compensação. Segundo ela, a novidade da reforma trabalhista é justamente a liberdade dos acordos que envolvam horas trabalhadas a curto prazo.
A especialista afirma que o modelo permite que empresas e trabalhadores flexibilizem o tempo de trabalho de acordo com suas demandas, principalmente em casos de feriado, recesso ou ponto facultativo. Além disso, os acordos entram em vigor mais rapidamente, beneficiando patrões e empregados.
Caso haja um feriado na terça-feira, por exemplo, o empregado pode ter folga na segunda, sendo as horas referentes a esse dia debitadas do banco que o funcionário acumulou.
COMPENSAÇÃO PODE SER FEITA DEPOIS
Juliana explica que o trabalhador pode negociar mesmo que não tenha horas extras acumuladas.
Se o banco de horas estiver ‘zerado’, o funcionário pode compensar posteriormente, de acordo com a necessidade da empresa — conta. — A aplicação do banco de horas é a maneira mais simples de equacionar esses problemas.
Ela destaca, no entanto, que o funcionário não pode ser coagido a aceitar uma negociação que lhe prejudique. O trabalhador deve se resguardar, estando atento aos termos do acordo e buscando, sempre que preciso a ajuda de órgãos que o auxilie.
Os empregados devem ter muito cuidado ao assinar documentos. Ele deve estar certo de que o acordo é benéfico para ele. Caso haja dúvida, o empregado deve procurar o sindicato, para que ele tenha quem o assessore — afirma.
EM NEGOCIAÇÃO INDIVIDUAL, COMPENSAÇÃO EM ATÉ 6 MESES
Segundo ela, a reforma trabalhista autoriza a criação desse banco de horas individual, em termo assinado pelo patrão e pelo empregado. No entanto, a legislação indica um tempo máximo para que haja a compensação:
A negociação do banco de horas de maneira individual, com cada funcionário, deve ser feita em até seis meses. Caso a negociação envolva horas de períodos maiores, o acordo deve obrigatoriamente contar com a anuência do sindicato. Sendo que o prazo dessa última não pode ultrapassar o prazo de um ano.
PREJUÍZO PARA A ECONOMIA
Segundo o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro, somente no comércio, a perda com feriados e pontos facultativos em 2018 pode alcançar R$ 5 bilhões. Neste ano, oito dos nove feriados nacionais cairão durante a semana, o que acentua ainda mais essa perda. De acordo com a Firjan, o prejuízo para o comércio e a indústria neste ano deve chegar a R$ 68 bilhões em todo o Brasil.
Para Pedro Capanema, especialista em direito trabalhista da Firjan, é importante evitar a criação de novos feriados.
O excesso de feriados compromete a produtividade. A reforma trabalhista trouxe alguns mecanismos que facilitam acordos entre patrão e empregado, que amenizam essas perdas. A possibilidade de troca de dias ‘enforcados’, por meio de normas coletivas suavizou boa parte dos prejuízos decorrentes de feriados, pois os funcionários não deixam de trabalhar e recebem mais por isso diz o professor.
PARA AS EMPRESAS, SEM ENCARGOS EM HORAS COMPENSADAS
Ele destaca que as novas regras também trazem alívio para as empresas:
Os funcionários que fazem um acordo para trabalhar em datas como estas passarão a receber mais por conta disso e sem a incidência de encargos, pois trata-se de uma premiação.
Fonte: O Globo
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