“Maior desafio para os empresários é a gestão de pessoas”, diz especialista em mudança comportamental
Publicado em 20 de fevereiro de 2025
Ítalo Rickes é integrante do Gestão de Impacto, programa de imersão que será realizado na próxima semana em Gramado.
Mais de cem empresários estarão reunidos em Gramado nos próximos dias para aprimorar técnicas de gestão e liderança. Eles participam, entre domingo (23) e quarta-feira (26), no Hotel Master, da Gestão de Impacto, uma imersão voltada para empreendedores com o foco no impulsionamento de negócios e atingimento de alta performance.
A coluna aproveitou a proximidade do evento para fazer três perguntas a Ítalo Rickes, empresário e especialista em mudança comportamental, integrante do programa Gestão de Impacto.
Conforme a Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor da Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em Empreendedorismo, quase metade das empresas gaúchas em estágio inicial são de empreendedores solo. A que se pode atribuir esse cenário?
Esse fato pode ser atribuído a diversos fatores. Pequenos empresários começam sozinhos por necessidade, não por escolha. Além disso, a busca por autonomia e a flexibilidade de ser o próprio chefe também atraem muitos para o empreendedorismo solo, embora a falta de conhecimento muitas vezes limite o crescimento desses negócios.
Empreender é para todo mundo?
Empreender não é para todo mundo. Embora qualquer pessoa possa abrir um negócio, nem todos têm o perfil ou estão dispostos a lidar com os desafios diários do empreendedorismo, como incertezas financeiras, gestão de pessoas, disciplina extrema e resiliência diante de fracassos. A mentalidade do empreendedor precisa estar baseada em crescimento contínuo, adaptabilidade e liderança. Isso é essencial para o sucesso e nem todos estão preparados ou dispostos a desenvolver essa questão.
O evento em Gramado irá abordar quatro pilares: mentalidade do negócio, gestão de pessoas, processos eficientes e escalabilidade em vendas. Desses, qual é o maior desafio dos empresários hoje?
Dos quatro pilares, o maior desafio para os empresários hoje é a gestão de pessoas. Muitos empreendedores têm dificuldades em formar, liderar e manter equipes alinhadas com a visão do negócio e por isso permanecem “solo”. Além disso, a falta de processos claros e estratégias eficientes para atrair e reter talentos agrava esse problema, impactando diretamente o crescimento e a sustentabilidade das empresas. Nossa imersão já está completamente lotada, o que prova que o empresário tem essa demanda de conhecimento e aprimoramento.
Em abril faremos mais uma imersão e já há lista de espera.
Fonte: Gaúcha GZH
Denúncias de assédio sexual no trabalho mais do que triplicam em cinco anos, aponta pesquisa
Publicado em 20 de fevereiro de 2025
Estudo é baseado em dois milhões de relatos recebidos por mais de mil empresas em 15 países, incluindo o Brasil.
O número de denúncias de assédio sexual nas empresas aumentou 387,6% no período que inclui os anos de 2020 a 2024. Já o crescimento das queixas gerais, excluindo anotações de cunho sexual, foi bem menor, de 118,6%. Nessa categoria, entram declarações ligadas a temas como assédio moral, discriminação, fraude financeira ou desrespeito às normas internas das companhias.
Os dados são da 10ª edição da Pesquisa Nacional de Canais de Denúncias, realizada pela Aliant, especializada em soluções de governança, compliance e ESG. A análise é baseada em cerca de dois milhões de notificações recebidas nos últimos dez anos, em canais de denúncias de mais de mil companhias de todos os portes, em 15 países, incluindo o Brasil. Estados Unidos, Portugal e Itália também estão na lista.
“A maioria ou 81,3% dos denunciantes de assédio sexual são mulheres, enquanto nas denúncias gerais a divisão é mais equilibrada, com 53,2% de funcionárias”, explica Fernando Fleider, CEO da ICTS, controladora da Aliant. Outro fator importante revelado no estudo é a incidência do anonimato nas acusações, continua.
“Partíamos do pressuposto de que esse índice seria maior nas denúncias de assédio sexual, dada a gravidade dos casos”, analisa. “No entanto, os dados de 2024 mostram que isso não ocorreu. Nas notificações de cunho sexual, o anonimato aparece em 65,1% dos relatos, um número semelhante ao da média geral, de 63,7%.” A pesquisa do ano passado é baseada em 235,6 mil delações.
No topo da pirâmide
O trabalho revela que líderes e gestores formam o grupo mais denunciado nas organizações. Em 2024, 59,8% dos acusados ocupavam cadeiras de chefia.
“É um número que faz sentido, considerando que os canais de denúncias são uma ferramenta acessível para que os colaboradores reportem situações de desconformidade com as políticas da empresa”, analisa Fleider.
Já o perfil dos denunciantes em geral é composto mais por mulheres (53,2%), sendo 65,2% do total em postos subordinados à liderança.
Diante do resultado do estudo, a recomendação do CEO da ICTS é que as organizações continuem investindo em ações de acolhimento.
“Há um aumento das reclamações, mas isso não significa [necessariamente] uma piora nas condições de trabalho”, pondera. Reflete uma maior confiança dos empregados na efetividade dos canais de denúncia e o melhor entendimento das organizações sobre as más práticas de conduta, argumenta. “Novos programas de conformidade, a consolidação de iniciativas existentes e o fortalecimento dos movimentos sociais são fatores que impulsionam esse avanço.”
Fonte: Valor Econômico
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