Governo precisa escolher entre inflação em alta ou queda de vagas no mercado de trabalho
José Márcio Camargo, Economista-chefe da Genial Investimentos e palestrante da edição de 2024 da Expogestão, garantiu em entrevista especial ao jornal Estadão que o governo Lula será obrigado a escolher entre dois caminhos ruins na economia e que terão efeitos negativos para o PT nas eleições presidenciais do ano que vem: deixar a inflação ficar acima do teto da meta ou ver o mercado de trabalho se deteriorar.
Para ele, a escolha será pela inflação mais alta e, por isso, as estimativas da Genial apontam que o IPCA ficará acima de 7% em 2026, puxado pela valorização do dólar – que, na sua visão, pode chegar a R$ 7,20, – e pelo aumento de gastos no ano das eleições.
Em sua avaliação, parte do ajuste fiscal será feito via aumento da inflação, porque isso diminui a dívida em termos reais – um cenário parecido com o que o Brasil viveu nos anos 80. “
É um calote disfarçado, num certo sentido. Você está diminuindo o valor da dívida (com a inflação mais alta). Os possuidores da dívida, aqueles que compraram títulos com taxa de juros fixa lá atrás, vão perder”, afirma o economista, com doutorado em Economia pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT) e professor titular aposentado do Departamento de Economia da PUC-Rio.
Sobre o momento atual da economia, ele ressalta que os investidores não acreditam que o governo vai fazer qualquer coisa importante para reduzir despesas ou pelo menos fazer com que elas parem de crescer. “Isso gera pressão inflacionária. E uma parte grande do problema tem a ver com a política de aumento real (acima da inflação) do salário mínimo, que indexa gastos obrigatórios, transferências sociais”, alerta o economista.
De acordo com Camargo,
provavelmente o Banco Central, o Executivo e o Ministério da Fazenda vão entrar em um acordo e vão fazer com que o Banco Central aceite uma taxa de inflação um pouco maior do que a meta. O Brasil vai ter uma taxa de inflação de 5,7% em 2025 e de 7,2% em 2026.
Fonte: Estadão – 21-01-25
Balança Comercial SC cresce pelo terceiro ano consecutivo
“No ano de 2024, Santa Catarina conseguiu manter o dinamismo das exportações, apesar de alguns produtos relevantes na nossa pauta exportadora terem apresentado recuo, como a soja. Por outro lado, alguns segmentos como o de madeira e o de máquinas e equipamentos, que exportam produtos de maior valor agregado, tiveram um bom desempenho, especialmente nas vendas para os Estados Unidos”, explica o
presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Mario Cezar de Aguiar.
De acordo com dados do Observatório FIESC, o setor madeireiro foi um dos destaques de 2024. Dois produtos alcançaram o maior crescimento entre os 20 primeiros: madeira MDF, com alta de 45,1% frente a 2023, seguido de madeira em forma, que cresceu 22,2%. Além disso, madeira serrada cresceu 9,4%, obras de carpintaria para construções apresentou aumento de 12,9%, e as vendas de madeira compensada obtiveram um incremento de 18,9% sobre 2023.
Para a presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, a expectativa para 2025 é que seja um ano de continuidade no aumento das exportações e importações em Santa Catarina. “Nossas mercadorias estão alcançando novos mercados internacionais, com maior valor agregado. Por exemplo, antes o empresário exportava madeira bruta; agora, percebeu que pode obter maior rentabilidade ao comercializar móveis produzidos com essa madeira”, explica ela.
Nos últimos três anos, o comércio exterior catarinense apresentou crescimento contínuo. Comparando 2023 e 2024, as exportações do estado aumentaram 0,7%, atingindo US$ 11,6 bilhões em faturamento. Os principais responsáveis por esse desempenho foram o agronegócio, especialmente carne e soja, e os motores e geradores elétricos.
Os Estados Unidos lideraram como principal destino das exportações catarinenses, com US$ 1,74 bilhão em faturamento. Em seguida, vieram a China (US$ 1,27 bilhão), México (US$ 781 milhões), Argentina (US$ 750 milhões) e Japão (US$ 643 milhões).
O que chama a atenção é o México, que ultrapassou a Argentina como terceiro maior mercado consumidor de produtos catarinenses em 2024. Na opinião do
secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviço,
Silvio Dreveck, esse desempenho é resultado da “qualidade técnica, sanitária e da inovação” dos produtos catarinenses.
O papel do Programa de Internacionalização das Indústrias de Santa Catarina, desenvolvido pela FIESC, que inseriu 800 pequenas e médias empresas no mercado de exportação nos últimos anos, é citado por
Maria Teresa Bustamante como fundamental neste processo de comércio exterior.
“As empresas estão cada vez mais investindo em planejamento estratégico, e a exportação é uma alternativa promissora para levar seus produtos além das fronteiras”, afirma. A abertura de novos mercados internacionais é fundamental para impulsionar a economia, seja na produção local ou no destino final das mercadorias exportadas.
Segundo ela, essa situação afeta negativamente a economia, elevando os custos, alterando rotas de navios e gerando incertezas políticas e climáticas, além de atrasos no embarque e desembarque de contêineres.
Fonte: Blog Expo Gestão
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