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Gestão: Empresa e Sindicato – 4

07 de agosto de 2025
Informativo
BRASKEM REGISTRA EBITDA RECORRENTE DE US$ 74 MILHÕES NO 2T25, 67% INFERIOR AO DO 1T25

No primeiro semestre de 2025, a companhia registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 431 milhões

São Paulo, 07 de agosto de 2025 – A Braskem, petroquímica global que desenvolve soluções sustentáveis da química e do plástico para melhorar a vida das pessoas, registrou no segundo trimestre do ano um EBITDA Recorrente de US$ 74 milhões. (R$ 427 milhões), 67% inferior ao do 1T25.

O resultado foi impactado por aspectos como a redução dos spreads de PE e PVC no mercado internacional e o efeito estoque nos segmentos em função de matérias-primas adquiridas em períodos anteriores, quando os preços estavam mais elevados.

No 2T25, a geração de caixa operacional da companhia foi negativa em R$ 175 milhões, o que representou uma redução do consumo em R$ 761 milhões em relação ao 1T25.

E isso aconteceu pela menor variação de capital de giro, sendo explicada, principalmente, pelos menores custos de produto acabado e de matéria prima e pelos esforços da companhia para otimizar os níveis de estoques no trimestre.

“Os resultados evidenciam a necessidade de continuarmos focados na resiliência e higidez financeira, além de implementarmos iniciativas táticas que mitiguem os impactos do momento da indústria química no Brasil e de ações que ajudem a perpetuar o nosso negócio”, afirma Roberto Ramos, CEO da Braskem.

Outro aspecto do período foi o consumo recorrente de caixa menor em relação ao 1T25, o que totalizou R$ 1 bilhão no 2T25, em função dos menores pagamentos semestrais de juros dos títulos de dívida emitidos no mercado internacional pela companhia, que se concentram no 1º e 3º trimestres do ano.

A Braskem registrou também prejuízo líquido de US$ 45 milhões (R$ 267 milhões) e o saldo da dívida bruta corporativa de US$ 8,5 bilhões (R$ 49 bilhões), estando em linha com o trimestre anterior.

Além disso, a posição de caixa ficou em US$ 1,7 bilhão (R$ 10 bilhões), o que seria suficiente para cobrir os vencimentos de dívida da companhia pelos próximos 30 meses.

Com relação ao panorama do setor, a indústria química brasileira apresentou o nível de ociosidade de 38% durante o primeiro trimestre de 2025, este é pior patamar dos últimos 30 anos de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM).

“O segundo trimestre foi muito desafiador. A indústria química é um setor estratégico e essencial para a economia brasileira, mas atualmente opera com o maior nível de ociosidade da história, sendo desafiada pela sua estrutura de custos e pela crescente competição global”, ressalta o CEO.

Mercado petroquímico

Os spreads de PE e de químicos no mercado da América do Sul, no 1T25, foram superiores quando comparados aos do trimestre anterior. E isso em função, principalmente, da menor oferta no mercado norte-americano e da volatilidade nos custos das matérias-primas no mercado internacional.

No Brasil, o spread de PP foi 17% maior em relação ao do 1T25, algo impulsionado principalmente pela redução dos preços da nafta - relacionada ao menor preço do petróleo.

E isso pode ser explicado pela instabilidade do cenário geopolítico e pelo aumento da oferta global em função da retomada gradual dos níveis de produção.

Outro destaque do período foi o aumento de 5% no spread dos químicos, em relação ao último trimestre, em função do menor preço da nafta (-14%), o que compensou a redução do preço dos principais químicos.

O spread de PP, nos EUA, permaneceu em linha quando comparado ao do 1T25, já o da Europa aumentou 7% durante o período. No México, houve a redução de 12% no spread de PE, devido ao menor preço do produto nos EUA, o que pode ser explicado pela menor demanda em função das incertezas sobre as tarifas de importação.

O 2T25 registrou ainda um maior volume de vendas da resina I’m Green bio-based (+26%), em relação ao 1T25, em função, principalmente, da maior demanda de novos clientes e dos já existentes.

Desempenho comercial e investimentos

O cenário global no 2T25 foi marcado por tensões comerciais entre Estados Unidos e China e por incertezas tarifárias, que afetaram os fluxos comerciais e pressionaram as referências internacionais de preços.

Mas as exportações da Braskem aumentaram 19% em relação as do 1T25, sendo explicado pelo maior volume de exportação de PE e PP, com destaque para a América do Sul em função da maior disponibilidade de produto.

E, sobre a questão de investimentos, a Braskem Idesa tem previsto para este ano o recurso de US$ 104 milhões (R$ 623 milhões), sendo US$ 23 milhões (R$ 132 milhões) referentes à conclusão do terminal de importação de etano, o Terminal Química Puerto México (TQPM).

Atualizações de Alagoas

A companhia mantém seus esforços na compreensão do fenômeno geológico em Maceió, na estabilidade das cavidades de sal-gema e na condução de medidas de precaução e proteção à segurança das pessoas.

O saldo da provisão no 2T25 para a região foi de R$ 4,7 bilhões, 8% menor em relação ao do 1T25, já que houve a atualização do ajuste a valor presente - decorrente da revisão da estimativa de desembolsos.

Até o final de junho, os principais avanços nas frentes de atuação foram: o Programa de Compensação Financeira (PCF), que chegou a 99,9% (19.190) de propostas e cerca de 99,4% pagas; o plano de fechamento das 35 cavidades, sendo que 6 delas já tiveram o preenchimento concluído; e, em relação às medidas sociourbanísticas, 11 projetos foram definidos para mobilidade urbana, estando 6 concluídos, 3 em andamento e 2 em fase de planejamento. 

Sobre a Braskem

A Braskem é uma companhia petroquímica global, orientada para o ser humano, com olhar para o futuro, que cultiva relacionamentos sólidos e gera valor para todos.

Oferecendo soluções sustentáveis da química e do plástico para melhorar a vida das pessoas, a petroquímica possui um completo portfólio de resinas plásticas e produtos químicos para diversos segmentos, como embalagens alimentícias, construção civil, industrial, automotivo, agronegócio, saúde e higiene, entre outros.

A Braskem acredita que a inovação disruptiva é o único caminho possível para se estabelecer uma nova relação com o planeta, por isso escolhe agir no presente, promovendo a circularidade do plástico e impulsionando a revolução dos materiais de base biológica.

Com 40 unidades industriais no Brasil, EUA, México e Alemanha, a companhia exporta seus produtos para clientes em mais de 71 países por meio dos seus 8.464 mil integrantes que atuam globalmente em um modelo de gestão que demonstra o nosso compromisso com a ética, respeitando as normas de conformidade em todos os países e garantindo o respeito à competitividade responsável. Mais informações: https://www.braskem.com.br/
Fonte: Agência Fato Relevante - imprensa.braskem@agenciafr.com.br

 

MINIMAMENTE IMPACTADAS, MAS MASSIVAMENTE PREPARADAS: ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS DIANTE DAS SANÇÕES TRIBUTÁRIAS DOS EUA

Anderson Ozawa* 

As recentes sanções tributárias anunciadas pelos Estados Unidos não são apenas medidas políticas ou diplomáticas: são recados claros ao mundo corporativo de que a era da neutralidade econômica acabou.

Empresas — especialmente as que operam globalmente ou mantêm cadeias produtivas expostas ao dólar — já sentem os primeiros impactos no caixa, nas margens e na fluidez de operações internacionais.

Nesse novo cenário, não sobreviverão as maiores, mas as mais preparadas.

Recalibrar a estratégia fiscal com velocidade e clareza

A primeira resposta das empresas deve ser técnica: revisão imediata da arquitetura fiscal internacional. Muitas corporações ainda operam com estruturas desatualizadas, dependentes de regimes que agora estão sob análise. Isso exige:

1 - Mapeamento de exposição tributária cruzada, especialmente em subsidiárias americanas, holdings offshore e centros de custo em zonas de risco.

2 - Análise de impacto em transfer pricing — ou Preços de Transferência, que são as regras que definem como empresas do mesmo grupo, localizadas em países diferentes, devem negociar entre si. O objetivo é evitar manipulações que reduzam artificialmente os lucros em países com alta tributação, transferindo-os para paraísos fiscais. Essas transações precisam seguir valores de mercado, como se fossem empresas independentes negociando entre si.

3 - Engajamento de consultorias com expertise em planejamento fiscal internacional, não apenas contadores locais.

Redesenhar cadeias de valor com lógica geopolítica 

Sanções não são apenas sobre tributos — são instrumentos de poder e a vulnerabilidade afeta toda cadeia produtiva ao redor do mundo. As empresas inteligentes e com gestão estão:

Diversificando fornecedores e relocalizando operações críticas para países mais neutros geopoliticamente.

Criando rotas alternativas de importação/exportação, mesmo que inicialmente menos rentáveis.

Usando tecnologia para mapear dependências invisíveis, como componentes embargados ou serviços prestados por empresas sancionadas indiretamente.

Fortalecer a governança e o compliance como alicerces 

A lógica do “depois a gente resolve com um bom advogado” já não funciona. As multas por descumprimento, inclusive quando não são intencionais, podem afetar e tornar inviáveis os negócios, com perdas legais de alto impacto financeiro.

Implementar protocolos de compliance tributário que antecipem cenários e monitorem em tempo real alterações legislativas e decisões judiciais nos EUA e outros países com ligação, direta ou indireta.

Auditorias internas preventivas devem ser conduzidas, mesmo que não exigidas por lei. É necessário sair do pensamento que apenas as empresas de capital aberto precisam de auditoria interna.

O Conselho precisa estar envolvido: sanções são riscos estratégicos, não apenas jurídicos. E se sua empresa ainda não tem um Conselho, implante imediatamente (também não é coisa “apenas” de empresa grande ou de capital aberto).

Reforçar a inteligência estratégica e o cenário tributário futuro 

Enquanto muitos correm para apagar incêndios, os líderes estão montando times de inteligência tributária e regulatória para antecipar os próximos movimentos. Não se trata apenas de proteger-se — trata-se de se posicionar melhor do que os concorrentes.

Criar comitês de crise permanentes, com leitura de cenários de curto, médio e longo prazo.

Estabelecer rotinas de simulação de impacto ("war games tributários") para treinar respostas organizacionais rápidas.

Participar de fóruns internacionais e manter proximidade com entes reguladores e diplomáticos.

Proteger o caixa com eficiência bruta 

As sanções não afetam apenas a burocracia — elas pressionam diretamente a saúde financeira. Por isso, proteger o caixa se torna mandatório:

Renegociação de dívidas e contratos dolarizados.

Avaliação do impacto das sanções nas projeções de fluxo de caixa e EBITDAs futuros.

Reforço de estratégias de recuperação tributária — muitas vezes, há milhões em créditos não aproveitados por falhas operacionais.

Uma coisa é fato diante de tudo isso: empresas que se defendem, apenas sobrevivem. Mas, aquelas que se antecipam às situações, são preventivas, essas sim lideram e são menos impactadas em cenários desta natureza.

A questão não é mais se sua empresa será impactada. A questão é quanto e por quanto tempo. E a resposta a tudo isso está na maturidade estratégica e na velocidade de reação aos acontecimentos.

Se você está apenas “esperando para ver”, já está atrasado. É tempo de ação. Com método, inteligência e coragem para ajustar o rumo.

É professor da FIA Business School, estrategista empresarial, especialista em transformação de resultados, e idealizador do método Pentágono de Perdas. À frente da AOzawa Consultoria, lidera um ecossistema de soluções que combina inteligência prática, performance financeira e visão estratégica para gerar impacto real nos negócios.
Fonte: AOZAWA CONSULTORIA (www.aozawaconsultoria.com.br)
 
 


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