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INDÚSTRIA, ACADEMIA e EXÉRCITO unem-se para criar tecnologias com aplicação civil e militar

29 de setembro de 2017
INDÚSTRIA, ACADEMIA e EXÉRCITO unem-se para criar tecnologias com aplicação civil e militar

1ª edição da Arena Aberta debateu os desafios de desenvolver fontes de energia para projetos das Forças Armadas e para a sociedade. Evento foi realizado pela FIESC, UFSC e Exército, nesta quinta-feira (28), em Florianópolis.

Florianópolis, 28.9.2017 – O desenvolvimento de fontes de energia com aplicações nas demandas da sociedade e das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea) foi o tema da 1ª edição da Arena Aberta. O evento é uma realização da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Exército e UFSC, e ocorreu nesta quinta-feira (28), em Florianópolis. A iniciativa está no âmbito do COMDEFESA da FIESC e tem apoio do SENAI/SC e Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC).

Empresários, pesquisadores, professores e militares concordaram que o tema é uma preocupação mundial e que as fontes são abundantes, mas o desafio é armazenar e melhorar o desempenho dos produtos. No evento, representantes do Exército disseram que só um projeto da instituição tem pelo menos 14 equipamentos que precisam de fontes de energia, principalmente baterias. Há demanda por fontes para armas a laser e por baterias de maior duração para lanternas usadas por soldados em regiões remotas, como Amazônia.

Na abertura da Arena, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, disse que o vigor e a diversidade da indústria catarinense têm gerado uma dinâmica diferenciada para o Estado quando comparado com o desempenho dos demais Estados. Essa diversidade outorga a Santa Catarina o título de indústria mais diversificada do País, maior que a média brasileira e a região sul, o que garante equilíbrio. “Essa característica da nossa economia se constitui uma das bases para nosso crescimento econômico, que ganha impulso maior quando trabalhamos em parceria, como é o caso da academia, universidade, governo, e, como estamos fazendo, com o Exército. Essa parceria promove encaminhamentos promissores em relação à ciência e tecnologia”, afirmou, lembrando que Santa Catarina acabou de ser reconhecida como o segundo Estado mais inovador do País.

“A sinergia gerada entre Exército, academia e indústrias certamente produz ganhos aos agentes envolvidos ao promover o desenvolvimento de novos produtos que atendem as necessidades de defesa e despertam na sociedade maior consciência e demanda pela utilização de energias alternativas”, completou o presidente da FIESC. Ele também citou o relatório da situação mundial de energias renováveis, realizado pela Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e disse que a capacidade instalada de energias renováveis cresceu 9% no mundo, especialmente apoiada em energia solar fotovoltaica. Estima-se que foram aplicados no setor US$ 242 bilhões no último ano, dos quais, US$ 7 bilhões no Brasil.

O general Juarez Aparecido de Paula Cunha, chefe do departamento de ciência e tecnologia do Exército, disse que a entidade sempre teve um papel de protagonista no desenvolvimento científico e tecnológico, desde a criação do Instituto Militar de Engenharia (IME) em 1792. Lembrou que as primeiras fábricas de pólvora do País nasceram no Exército, que também participou expressivamente da criação da Vale do Rio Doce e da Petrobras.

“Chegamos nesse início de século com uma configuração diferente no cenário nacional. O Brasil cresceu e surgiram muitos polos de ciência e tecnologia e o Exército passou a ser mais um. Tivemos que nos adaptar à essa situação e a ideia foi adotar uma política de portas abertas”, explicou, lembrando que a aproximação com indústrias e universidades cria um ambiente favorável.

Em seu pronunciamento, o pró-reitor de pesquisa da UFSC, professor Sebastião Roberto Soares, falou sobre o papel das universidades no desenvolvimento social do País. “A universidade forma pessoas e produz conhecimento que gera o crescimento e a soberania científica e tecnológica. Hoje a UFSC está entre as quatro melhores universidades do País. Grande parte desse resultado se dá pela interação com o setor produtivo”, disse.

O gerente de implantação da Agência de Gestão e Inovação Tecnológica do Exército, tenente-coronel Leonardo Oliveira de Araújo, disse que há uma demanda grande e crescente por energia elétrica no mundo. Em particular, por energias limpas, e citou como exemplo dessa tendência os carros elétricos, que nos próximos anos devem substituir os que utilizam combustíveis fósseis. Inclusive há países com data limite para encerrar a produção de carros movidos a combustíveis fósseis.

“É uma tendência da qual não é mais possível retroceder. À medida que a tecnologia vai avançando, consumimos cada vez mais energia”, disse o tenente-coronel, lembrando que a questão é ter tecnologia disponível para aproveitar aquilo que existe. “71 minutos de energia que bombardeia nosso planeta por meio do sol equivale a um ano de consumo nosso. Então, é questão de converter, armazenar e disponibilizar”, completou.

Ele informou que o Exército está desenvolvendo uma espécie de computador que substituirá o rádio. “Isso é para onde está caminhando a comunicação das Forças Armadas e do mundo civil também”, declarou, lembrando que precisará de bateria. “Se não vier da indústria nacional, essas fontes virão de outro local. Por isso, estamos fazemos eventos como a Arena Aberta, para promover a tecnologia e o conhecimento necessário para as Forças e o País”, concluiu.

Em sua apresentação, o professor do IME, Robson Pacheco Pereira, lembrou que as fontes de energia são cada vez mais requisitadas, muito por causa das tecnologias que se popularizaram. Como exemplo citou o celular, que tem cerca de 5 bilhões de usuários no mundo. Neste caso, o desafio é incorporar uma bateria que dure muito tempo e possa ser carregada de outra forma, sem a dependência do carregador e uma tomada.

Ele também chamou a atenção para os equipamentos de vestir (wearable technology), que são roupas e acessórios que ganham outras finalidades, como uma peça que a pessoa veste e tem a função de medir os sinais vitais – isso é importante principalmente para o trabalho em áreas remotas. O Google Glass, óculos que permite a interação com conteúdos de realidade aumentada, é outro exemplo. Boa parte dessas tecnologias têm como base o grafeno, material derivado do grafite, duzentas vezes mais resistente que o aço, condutor de eletricidade mais eficiente que o cobre, com aplicações que vão da atividade aeroespacial à medicina.

Fonte: FIESC

 
 


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