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CONSELHO DE ECONOMIA DA FIESC pede redução do Estado para viabilizar queda da carga tributária

10 de dezembro de 2015
CONSELHO DE ECONOMIA DA FIESC pede redução do Estado para viabilizar queda da carga tributária

Em carta tornada pública nesta quarta-feira (9), entidade diz que não se avança em direção às reformas estruturais sem que haja sensibilização popular.

Florianópolis, 9.12.2015 – O Conselho de Economia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) lançou carta pública em que defende a redução do tamanho do Estado brasileiro para diminuir a carga tributária.

Para a entidade, não se avança em direção às reformas estruturais sem que haja sensibilização popular. “O Poder Executivo está paralisado e as medidas aprovadas no âmbito do Congresso Nacional não contribuem para o desenvolvimento do país. Não podemos mais perder tempo”, diz o texto do documento, apresentado nesta quarta-feira (9), durante reunião, em Florianópolis.

O presidente da entidade, Glauco José Côrte, destaca que a carta é fruto de consultas e contribuições dos conselheiros e repassa a atual situação do Brasil, apresenta medidas de curto prazo e propostas de mais longo prazo.

“Também acentua a questão da infraestrutura como um obstáculo para o crescimento mais harmônico entre as diversas regiões do Estado, temos a questão da governança no cenário brasileiro e a necessidade de termos, principalmente na conjuntura que vivemos, uma agenda positiva. Como não realizamos reformas quando havia condições mais favoráveis da economia, acho que a crise vai nos empurrar para fazer algumas reformas que não fizemos”, afirmou.

O que documento conclui é que precisa-se de um ambiente mais favorável à iniciativa privada e de um ambiente institucional que favoreça os investimentos, a operação industrial e a geração de empregos.

Para Côrte, o governo federal procura fazer o seu ajuste através de aumento de tributo. “Aqui em Santa Catarina registramos que nos dois mandatos do governador Luiz Henrique da Silveira e no mandato do governador Raimundo Colombo até agora não tivemos nenhum aumento de ICMS. É compromisso que os candidatos assumiram na FIESC por ocasião do debate com os candidatos ao governo. E esse compromisso está sendo honrado”, completou.

A Federação também considera indispensável a regulamentação do Conselho de Gestão Fiscal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, no ano 2000 e, até agora, não regulamentada.

É o caminho para controlar o gasto governamental e assegurar ao País os recursos necessários para o desenvolvimento sustentável. A intenção da carta é propor uma orientação caracterizada pelo respeito à ordem democrática, além de uma agenda positiva que mude os rumos da economia.

“A situação é grave. O Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar o ano com retração próxima de 4%. Será o pior resultado desde que o confisco de ativos financeiros produziu uma recessão de 4,35% em 1990”, ressalta trecho do texto.

“O Governo mostra-se incompetente, desarticulado e insensível ao caos de nossas estradas. O Brasil precisa desatar os nós da incompetência e fazer circular a riqueza de modo mais barato e eficaz”, diz o documento, destacando que a infraestrutura precária é apenas uma parte do problema do País. O principal entrave ao progresso reside na falta de reformas estruturais.

Convênio: durante a reunião, a FIESC e a Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina firmaram termo de cooperação com o objeto de unir esforços para realizar estudos e projetos voltados ao desenvolvimento regional. O secretário da pasta, Murilo Flores, disse que o governo catarinense está criando uma política de concessões para as rodovias que o Estado têm feito investimentos, mas não tem condições de manter.

Um mapeamento preliminar mostra que há estradas para concessão no Planalto Serrano, Meio-Oeste e Extremo-Oeste. Há previsão de apresentar uma proposta concreta no primeiro semestre de 2016. “Sabemos que o tema concessão é sempre polêmico, mas estamos falando de valores de pedágio bastante baixos. Estamos falando de concessões para manter a rodovia”, afirmou Flores. Ele também fez um balanço dos investimentos no âmbito do Pacto por Santa Catarina.

Ajuste fiscal: Ainda durante a reunião, o economista Mansueto Almeida Jr. disse que o Brasil está com desiquilíbrio fiscal grande e crescente. Isso significa que o governo tem que se endividar muito mais, pagar juros muito altos, o que prejudica as empresas caso o governo precise tributar mais para fazer o ajuste fiscal.

Na opinião dele, esse clima de juros elevados, necessidade do governo cortar gastos e não conseguir e a possível volta da CPMF criam um ambiente muito instável que prejudica o crescimento, causa incertezas para o investimento privado e, simultaneamente, no ajuste fiscal.

“Os Estados e o governo federal estão cortando investimentos, o que agrava a recessão. Para sair desse quadro precisa aumentar a confiança para os empresários voltarem a investir. E eles só vão fazer isso se tiverem confiança que o governo estiver avançando no ajuste de tal forma que lá na frente possam enxergar juros menores e demanda voltando a crescer. O ajuste fiscal não vai levar o Brasil a crescer 3% ou 4% ao ano, mas é pré-condição para voltar a crescer”, afirmou.

O economista explicou que o ajuste ainda é muito incerto porque há conjunção de dois fatores: um problema estrutural com um conjuntural. O conjuntural é que desde a década de 1930 o Brasil não tinha uma sequência de resultados de PIB tão ruins quanto agora.

Este ano a queda do PIB será próxima de 4% e no ano que vem, possivelmente, de 3%. Mansueto afirmou que dois anos consecutivos de queda de PIB não ocorrem desde a década de 1930 no País. Isso tem dois efeitos muito ruins: o primeiro é a queda na arrecadação, que dificulta o ajuste fiscal.

O segundo é que grande parte das despesas do setor público, principalmente do governo federal, são com programas tipicamente de transferência de renda, como seguro desemprego, seguro salarial e INSS, por exemplo. “São despesas incomprimíveis. Elas acompanham a inflação. Então, quando o PIB está caindo, essa despesa sobre PIB está crescendo, o que torna mais difícil o ajuste fiscal”, finalizou.

Fonte: FIESC

 
 


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