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BRASIL E ALEMANHA defendem indústria como elemento chave para superar a crise

22 de setembro de 2015
BRASIL E ALEMANHA defendem indústria como elemento chave para superar a crise

Tema foi destaque na abertura de encontro econômico promovido pela FIESC e CNI. O país europeu, que atravessou a crise de 2008 mantendo boas taxas de emprego, é inspiração para os demais

Confira a cobertura fotográfica completa do evento no Flickr da FIESC.

Joinville, 21.9.2015 – A defesa do setor produtivo como essencial para a retomada do crescimento econômico permeou os discursos de abertura do 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, nesta segunda-feira (21), em Joinville.

Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere alemã Bundesverband der Deutchen Industrie (BDI), o encontro é realizado anualmente desde 1982 de forma alternada, sendo um ano no Brasil e outro na Alemanha. Alemães e brasileiros foram unânimes aos afirmar que mantêm a confiança no Brasil e que o País sairá fortalecido da crise.

Ao dar início ao evento, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou que a indústria está presente em todos os municípios e representa a maior massa salarial entre todos os setores da economia no Brasil, desconsiderando a administração pública. “Isso realça importância da indústria para a dinâmica econômica e para o crescimento do país. Santa Catarina é o segundo Estado com maior participação da indústria de transformação no PIB”, salientou Côrte.

Na ocasião, Côrte defendeu ainda a contribuição que SESI e SENAI dão ao crescimento do país. As entidades são alvo dos cortes previstos pelo ajuste fiscal anunciado pelo governo, que pretende se apropriar da contribuição das indústrias às entidades que compõem o Sistema S.

“Por meio do SESI, milhares de trabalhadores são supridos de serviços de saúde e segurança no trabalho. Por isso temos que fazer um grande esforço, uma grande mobilização, no sentido de preservar SESI e SENAI pela contribuição que dão à formação profissional e ao desenvolvimento do país”, incentivou Côrte, que foi interrompido pelos aplausos da plateia.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que o momento é propício para intensificar as relações econômicas com a Alemanha. “Sem dúvida, esta relação está consolidada e diversificada, mas ainda há muito por fazer para impulsioná-la ao grau almejado por todos nós.

O Brasil está enfrentando um momento de grande desafio para compatibilizar as políticas de ajuste fiscal com a retomada do crescimento econômico”, disse. Andrade lembrou ainda que o apoio da União Europeia é essencial para o Brasil neste momento de crise. “Nesse caminho, a aproximação com a União Europeia é fundamental, pois junto elas podem multiplicar a nossa capacidade de crescimento e as nossas potencialidades”, acrescentou.

Para a CNI, Brasil e Alemanha devem se unir e iniciar, ainda este ano, as negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia aumentando a competitividade da indústria brasileira e fortalecendo as relações econômicas dos dois países.

“O acordo é essencial num momento em que o setor produtivo brasileiro busca se adaptar às mudanças na produção industrial, cada vez mais voltadas para a inovação com o uso de novas tecnologias e acessando as cadeias globais de valor”, afirmou Andrade.

O ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, Armando Monteiro, defendeu o setor produtivo como estratégico para enfrentar as dificuldades econômicas do país. “Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho”, afirmou. Monteiro defendeu ainda reformas estruturais e disse que o exemplo da Alemanha é inspirador.

“As reformas trabalhistas e o modelo de ensino dual foram fatores decisivos para que o país atravessasse a crise em 2008 mantendo boas taxas de emprego”, lembrou o ministro.

O presidente da BDI, Ulrich Grillo, não poupou elogios à arrojada indústria catarinense, que se destaca no Brasil por sua diversificação e relevante participação na geração de riquezas do Estado. Em relação às políticas de atração de investimentos, criticou a burocracia e os custos elevados e pediu mais transparência no trato com outros países.

“Apelo a todos que não desistam das relações bilaterais, pois os benefícios chegarão a todos. O que nos preocupa é essa tendência de proteger os mercados. O protecionismo não é o meio de promover a competitividade”, frisou Grillo, que defendeu também a aceleração de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Painel: durante painel realizado após a abertura oficial do EEBA, o CEO da Volkswagen Truck & Bus, Andreas Renschler, disse que o Brasil deve aproveitar o momento de crise para fazer as reformas estruturais, ainda que isso seja doloroso.

“O pior para todos seria se as reformas e ajustes não fossem feitos”, afirmou, destacando que a situação não é tão positiva, mas o importante é não esmorecer. “Os empresários alemães não vieram para ver o milagre econômico. Eles vêm ao Brasil há muito tempo e mantêm fidelidade. A indústria alemã aposta no Brasil. Acreditamos na força e no potencial do País. Em algum momento ele deverá avançar”, ressaltou Renschler.

Ainda no painel, o presidente do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), Ingo Plöger, concordou sobre a urgência das reformas, e disse que as prioridades são a tributária e a previdenciária. Na opinião dele, a sociedade brasileira está muito ativa e espera um encaminhamento de medidas estruturantes.

A gerente de estratégia de mercados da Apex Brasil, Ana Paula Repezza, disse que as oportunidades para ampliar o comércio com a Alemanha estão nos nichos de mercado, com produtos de alto valor agregado. Após a crise de 2008, ocorreu a retomada do padrão de consumo alemão, que é alto e deve aumentar nos próximos anos, mais do que o próprio PIB país europeu.

Livro: Durante o EEBA, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC), entidade da FIESC, lançou o livro Qualidade da Inovação – Sobre o valor do novo. Escrita originalmente em alemão, a obra é resultado de uma parceria com a Steinbeis School of International Business and Entrepreneurship (Sibe). Ela propõe um método para qualificar a inovação praticada nas empresas, ajudando a aprimorar os processos.

Visitas técnicas: Na terça-feira (22), a partir das 14 horas, os industriais alemães participarão de visitas técnicas no Porto de Itapoá; no SENAI Joinville, para conhecer o Instituto SENAI de Inovação em Laser e de Inovação em Sistemas de Manufatura; na BMW, em Araquari; na Siemens Healthcare e no Perini Business Park.

Prêmio: Neste domingo (20) foi realizada a solenidade Prêmio Personalidade Brasil−Alemanha 2015, no Teatro Harmonia Lyra. O homenageado brasileiro foi Weber Porto, CEO da Evonik Degussa Brasil. O premiado alemão foi Heiz Hermann Thiele, presidente do conselho fiscal Knorr-Bremse Group.

Confira a cobertura completa do EEBA no site da FIESC www.fiesc.com.br

Fonte: FIESC

 
 


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