Industrial destaca que é necessário interromper processo de estatização do setor privado.
Florianópolis, 29.10.2014 – O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, foi empossado vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (28), em Brasília. O industrial compôs chapa de consenso, liderada pelo empresário mineiro e atual presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. A eleição foi realizada em maio, para um segundo mandato de quatro anos.
Em seu discurso, Braga de Andrade falou dos desafios para os próximos anos. “É hora de fazer o Brasil voltar a crescer. Reconhecemos as dificuldades que nós e os governos teremos pela frente, desde o câmbio até a alta carga tributária. Mas tenho certeza de que a CNI será uma grande aliada dos governos estadual e federal na busca por alternativas para o crescimento do país. Precisamos de mais competitividade e vamos trabalhar muito com o Congresso em busca do desenvolvimento”, afirmou.
Côrte, da FIESC, integrará os esforços da CNI, que propõe ao próximo governo uma intensa agenda nas áreas da educação, eficiência do Estado, ambiente macroeconômico, segurança jurídica e burocracia; desenvolvimento de mercados, financiamento, relações do trabalho, infraestrutura, tributação e inovação e competitividade.
Entre as prioridades que constam na agenda da indústria estão a reforma tributária, a modernização das leis do trabalho e o aumento dos investimentos em infraestrutura. O setor defende uma reforma tributária que simplifique o sistema de arrecadação de impostos, acabe com a cobrança dos tributos em cascata desonere os investimentos e as exportações.
“Isso garantiria espaço para novos investimentos e para o crescimento da economia. Hoje, o industrial, ou qualquer empreendedor que se disponha a fazer um investimento, começa a pagar tributos já na fase de investimento, bem antes do início da operação da sua atividade”, diz Côrte.
Para melhorar a infraestrutura do país, a CNI propõe aperfeiçoar a gestão, eliminar obstáculos, como o atraso das obras, reduzir a burocracia e aumentar os investimentos públicos e privados em estradas, portos, ferrovias e aeroportos, estabelecendo sistemas eficientes e integrados de logística. Além disso, é preciso fortalecer as agências reguladoras e criar um marco regulatório para o gás natural. A modernização das leis do trabalho deve priorizar a regulamentação da terceirização e a valorização das negociações coletivas.
Estatização do setor privado – Cada vez mais, o industrial tem dificuldades de fazer uma expansão, iniciar um novo empreendimento e até de mudar o seu produto, porque isso depende de autorizações do setor público, diz Côrte. “Nós temos alertado de que precisamos interromper este movimento de estatização do setor privado via burocracia; via exigências dos órgãos públicos dos três níveis. O setor industrial, particularmente, precisa ter mais liberdade, precisa ter condições de respirar e voltar a investir, a produzir, a gerar empregos”, afirma.
Destaques do mandato – 2010/2014
Institutos SENAI: Criação de rede nacional com 26 Institutos SENAI de Inovação e 60 Institutos SENAI de Tecnologia
Matrículas SENAI: Matrículas no SENAI passando de 2 milhões em 2010 para 4 milhões em 2014
Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022: O Mapa identifica os dez fatores chave para a competitividade brasileira
Propostas da Indústria para as Eleições 2014: 42 estudos e recomendações com os temas da indústria para o desenvolvimento do país. As propostas foram debatidas com candidatos à Presidência na CNI.
Olimpíada do Conhecimento 2014: A maior Olimpíada de toda história do Sistema Indústria, com mais de 800 competidores.
Embrapii: Criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Perfil Robson Braga de Andrade: Eleito em 2010 para o primeiro mandato como presidente da CNI, Robson Braga de Andrade presidiu a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) também por dois mandatos. Ele é o 13º a ocupar o mais alto posto da CNI, instituição fundada há 75 anos. Mineiro de São João Del Rey, 63 anos, é engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e industrial do setor de equipamentos. Ele dirige a Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda, empresa sediada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que produz equipamentos para os segmentos de energia, petróleo, gás, mineração, siderurgia, saneamento, telecomunicações e transportes.
Fonte: FIESC
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