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Polo Plástico de Santa Catarina

15 de maio de 2014
Polo Plástico de Santa Catarina

Novos cenários, novas conquistas

Com mais de 900 empresas de transformação plástica, Santa Catarina se destaca no cenário nacional por características bem determinantes, como localização, mão-de-obra preparada e interessada em qualificação – assim como apoio de instituições públicas e privadas neste sentido – setores bem definidos por regiões, abastecimento energético,
serviços nos portos e também qualidade de vida.

O ano de 2014 é de conquistas e expectativas no estado. A Abinfer, que tem sede em SC, está mais próxima da Associação Mundial de Ferramentarias, com o convite do seu presidente para a diretoria da organização internacional. Há também as apostas nos resultados do início das operações da primeira fábrica de automóveis da BMW na América do Sul e da realização da Interplast em agosto.

O estado de Santa Catarina tem mais de 900 indústrias de transformação de plástico em produtos essenciais para a vida humana: embalagens de alimentos, artigos de transporte, produtos para construção civil, autopeças, peças de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, utilidades domésticas, produtos descartáveis, etc.. “Em nossa mais recente medição chegamos a um nú-mero de 32 mil empregados diretamente nas fábricas. Certamente o setor emprega outro tanto indiretamente”, comenta Albano Schmidt, presidente do Simpesc (Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina).

Em 2013 foram processadas 980 mil toneladas de produtos plásticos transformados, com um faturamento de R$ 12,2 bilhões. “O Estado é o único em que o nível de produção per capita é equivalente a países desenvolvidos. Obviamente não servimos apenas ao Estado de Santa Catarina, pois nossas empresas têm atuação nacional e algumas também exportam quantidades significativas.

A nossa diferença reside justamente no fato de termos grandes em presas em diversas sub-regiões do Estado, cada uma com sua especialidade: o sul em descartáveis, o norte em produtos para construção civil e peças técnicas e o oeste em embalagens”, explica o dirigente.

Schmidt acredita que ainda há espaço para crescimento em todas as áreas, mas o que chama mais atenção tem a ver com as autopeças, pois o estado deve passar a ser em breve um pólo da indústria automobilística. Como desafios para o setor plástico catarinense nos próximos anos, ele ressalta: “Devemos estar focados em duas questões-chave para nossos negócios:

1) aumento de produtividade, com mais e melhores máquinas, investimentos em TI, automação, capacitação dos funcionários e controle de qualidade e;

2) valorização do negócio de plásticos, através de ações de cadeia no sentido de melhorar a imagem, agregar valor aos produtos, inovar e exportar”, avalia.

Assim como integrantes da cadeia plástica nos demais estados, em Santa Catarina todos estão sempre atentos a dois pontos: preços das resinas/importação. “A indústria nacional de resinas tende a acompanhar a variação de preços internacionais. Porém, há no Brasil a do câmbio, o que se traduz em um elevado grau de oscilação nos preços em reais, uma vez nacionalizado o produto.

A paridade com relação à importação tem sido respeitada, mas dificilmente conseguimos a mesma velocidade de repasse para nossos clientes. Portanto, sempre que os preços de resinas sobem, temos que ajustar essa situação, que pode ser um processo longo e difícil”, enfatiza.

O segundo ponto é a questão tributária. “A indústria de plásticos está inserida nesse contexto de caos tributário. As medidas que têm sido tomadas, apesar da boa intenção, têm servido apenas para melhorar a competitividade do mercado informal, aquele que sobrevive do risco. A ideia de que tributar com ICMS de 4% na venda interestadual os produtos importados foi um exemplo perfeito dessa situação. O que precisamos é uma verdadeira reforma tributária, que compense quem trabalha dentro da lei e reduza a vantagem do informal”, afirma o dirigente.

Destaque no ranking

A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) destaca que das 11.690 empresas de transformados plásticos no País em 2012, 952 estavam instaladas em Santa Catarina, o que representa 8,1% e coloca o estado em quarto colocado no ranking. Na classificação por número de empregados, porém, SC sobe para a segunda po-sição. “O estado conta com importantes indústrias transformadoras, que fabricam e fornecem filmes e laminados, peças técnicas e moldes”, afirma o presidente José Ricardo Roriz Coelho.

Para Roriz, o fortalecimento desse setor passa pela solução de problemas horizontais da indústria associados ao “Custo Brasil” e propriamente pela criação de um ambiente competitivo à industria de transformados plásticos, com acesso a matérias primas a preços competitivos e redução de distorções tributárias que afetam especificamente o setor de transformados plásticos.

Preocupado com a questão da logística reversa, o Simpesc tem seguido as recomendações da Abiplast no sentido de fazer com que as empresas atendam as determinações do Acordo Setorial e, além disso, desenvolve uma pesquisa em parceria com o IEL/SC para conhecer/mapear a cadeia de reciclagem em Santa Catarina.

A atualização tecnológica também é incentivada. Em outubro passado o Simpesc realizou uma missão juntamente com a Fundação Empreender para a visita à K 2013, na Alemanha. Agora todos se preparam para a realização da Interplast em agosto em Joinville.

Qualificação, foco do Sinplasc

A diretoria do Sinplasc (Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense) tem como bandeira a educação, ressalta o presidente Regi-naldo Cechinel. “Para isso firmamos parceria com o Senai/SC–Criciúma, em um projeto de Aprendizagem Industrial intitulado ‘Controlador dos Processos da Qualidade na Indústria dos Plásticos’, exigência das empresas do setor”, informa.

Com sede em Criciúma, o Sinplasc conta com 35 associadas e busca contribuir para o fortalecimento do segmento e continuar sendo um diferencial na formação especifica de talentos humanos para áreas e setores industriais, como este dos transformados. É importante ressaltar que, por tratar-se de um programa de aprendizagem (fechado para associadas ao Sindicato), os estudantes que foram matriculados têm a garantia da contração pela empresa participantes do programa.

“A relevância da aprendizagem nesse projeto se dá em função de uma necessidade das empresas do segmento da Região de Criciúma, onde as mesmas se deparam com escassez de mão-de-obra com foco especifico para este segmento da indústria.

Na maioria das vezes a capacitação ocorre dentro da própria empresa, não levando em consideração aspectos relevantes à formação holística do estudante, mas dando-se a maior ênfase aos aspectos técnicos que permeiam esta formação”, afirma Cechinel. Neste sentido, o Programa de Aprendizagem Industrial tem entre os seus objetivos possibilitar a formação de profissionais que compreendam o seu processo de atividade específica e também o processo global de atuação na indústria dos plásticos, que tenham iniciativa e que saibam trabalhar em equipe.

Ensino atende demanda profissional

A procura por profissionais qualificados para a indústria do plástico é grande, afirma Pa-lova Balzer, Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais e Coordenadora dos cursos de Engenharia de Materiais e da Produção, e pós-gradução em Engenharia Metalúrgica e de Plásticos da Unisociesc. “Para minimizar estes problemas as empresas procuram os cursos de curta duração. Infelizmente o mercado é carente de profissionais preparados para atender a área de materiais, mas, talvez por desconhecimento dos estudantes que ingressam na graduação, a procura pelo curso de Engenharia de Materiais ainda é pequena”, avalia.

Palova aponta que o maior desafio hoje é a escassez de mão-de-obra qualificada, mas também o fato dos prestadores de serviços (funcionários) muitas vezes trabalharem sem a sensação de fazerem parte do negócio (o intra-empreendedorismo). Outro item questionado é a dificuldade da relação interpessoal e inteligência emocional.

A indústria de forma geral é conhecida por pagar salários e oferecer benefícios melhores que os setores de serviços e comércio. No entanto, os processos repetitivos e a própria natureza mais formal e burocrática contrastam com quem é habituado e gosta de viver no tempo da internet e redes sociais, de mudanças rápidas, situação comum entre os jovens.

Mesmo com esses desafios, ela aponta a mão-de-obra e cultura (profissionais voltados ao empreendedorismo e ao trabalho) como um diferencial/característica da indústria plástica catarinense, aliados à localização que facilita a logística de distribuição, pontos também destacados por vários transformadores. Segundo Palova, os setores da construção civil, automobilístico e linha branca se destacam no estado, mas a inserção dos polímeros na área médica ganha espaço. “Este é um nicho ainda pouco explorado, mas que temos mercado”, afirma.

Fornecedores de resinas preocupados

O setor de compósitos de Santa Catarina é importante e se manterá crescendo, apesar de algumas incertezas do mercado geral – nos segmentos naval, transporte, agronegócio e construção civil. Esta é a avaliação de Gilmar Lima, presidente da Almaco (Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos). “A demanda dos transformadores catarinenses é a mesma de todo o Brasil: capacitação técnica, tecnologia e gestão. Com este foco a Almaco tem realizado eventos técnicos e de gestão anuais e, em 2013, abriu a primeira turma de Pós-Graduação em Compósitos de Santa Catarina, em parceria com a Universidade Positivo, em Joinville”, afirma o executivo.

Lima ressalta que o balanço de 2013 do estado é positivo, puxado por grandes transformadores, e as perspectivas para 2014 e 2015 são de anos muito complicados, mas com crescimento equivalente a três vezes o PIB brasileiro.

Outra entidade forte, a Adirplast (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas), segundo o presidente Laércio Gonçalves, classifica Santa Catarina como um estado muito empreendedor e com grande desenvolvimento industrial, tendo uma participação relevante na produção de plásticos no país. “Além disso, é onde se encontram algumas das maiores empresas do segmento, valorizando muito a qualidade de mão-de-obra e a inovação em suas indústrias”.

As resinas de maior demanda juntos aos transformadores catarinenses são polietilenos (PE), polipropilenos (PP), poliestirenos (PS) e PVC usadas em processos de injeção, extrusão e extrusão de filmes, destinadas aos segmentos de maior atuação no estado, que são embalagens, UDs, construção civil e descartáveis.

QP investe no estado vizinho

A QP – Químicos & Plásticos, empresa paranaense com 17 anos no mercado de distri-buição de plásticos de engenharia e alto desempenho, tem o mercado de Santa Catarina como extremamente importante para os produtos do seu catálogo. “Com um polo de indústria que abrange todos os segmentos, sempre mostrou sua liderança em desenvolvimento de novas tecnologias e busca por maior desempenho em seus pro-dutos. Com isso nosso portfólio sempre encontra oportunidades para auxiliar na solução de novos componentes”, informa Rita de Cássia Rodrigues, Gerente de Vendas Sul.

Os produtos mais comercializados com os transformadores catarinenses são atualmente o POM , PPS , ABS , PA66 , PC e COC, com boa participação e reconhecimento no mercado local. A Químicos & Plásticos acredita que o mercado de eletrodomésticos, automotivo, eletroeletrônico e embalagens são muito promissores para Santa Catarina.

“No mercado de eletrodomésticos com certeza a demanda por conectividade (smart products) tem trazido diversas oportunidades de negócios; no segmento eletroeletrônico a demanda por produtos eco-friendly casam com nossa linha de alto desempenho; no segmento de embalagens a meta por redução de espessura, reciclabilidade e aumento do vida útil do produto na prateleira dos hipermercados são áreas em que estamos intensificando um trabalho; no automotivo com as novas demandas por segurança, redução de combustível e metas de emissão de CO2, a Químicos & Plásticos junto com seus parceiros internacionais já traz um pacote de soluções que auxiliarão no cumprimento dessas metas”, exemplifica.

A empresa estará pela terceira vez como expositora na Interplast 2014, esse ano com ampliação de área. “O mercado do Sul em especial tem demonstrado uma grande expansão em plásticos de engenharia e alto desempenho e a Químicos e Plásticos não poderia deixar de apresentar seus novos produtos e parceiros na feira. “Nós acreditamos que a Interplast será um grande evento e teremos oportunidade de compartilhar as novidades e tendências que foram apresentadas na Feira K em 2013”, finaliza Rita de Cássia.

Pro-Color inaugura distribuidora

Santa Catarina realmente atrai empresas e estimula a concorrência. Assim, a Pro-Color Masterbatches, especialista em concentados de cor, com sede Cotia e filial em Bauru (SP) e uma fábrica no Nordeste, em Jaboatão dos Guararapes (PE) agora investe no Sul. O Grupo está inaugurando a Pro-Color Sul, uma unidade de distribuição em Jaraguá do Sul (SC). A missão é atender a todos os setores que usem cores, aditivos e compostos em seus produtos no Sul.

A Gerente Comercial Vanessa Falcão informa que o objetivo é investir na comerciali-zação junto aos transformadores dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul disponibilizando toda a linha commodities de cores. “A escolha do local foi realizada levando em conta que Santa Catarina está entre os outros dois es-tados da região. Como a distribuidora está focada em atender também Paraná e Rio Grande do Sul, concluiu-se que logisticamente irá facilitar esse atendimento”, explica a executiva.

Cristal Master conquista o Brasil

Santo de casa faz milagre: fundada em 2004 em Joinville (SC), há três anos a Cristal Master iniciou atividades em filiais por todo Brasil (Jabotão dos Guararapes/PE, Itupeva/SP e São Leopoldo/RS). Na sede local conta com uma área de 8.000 m² e capacidade produtiva de 12.000 ton/ano, possui uma linha completa de masterbaches, concentrados colorantes, aditivos, tingimentos técnicos, dentre outras especialidades entre os 22 mil produtos da linha.

“A Cristal Master atua fortemente em to-dos os segmentos de transformação termoplástica. Consideramos que Santa Catarina tem uma excelente localização, até por sua proximidade a grandes polos industriais. A dificuldade que tínhamos quanto à localização, suprimos através das filiais, que diminuem nossa distância de certas regiões”, analisa o Gerente Comercial Fabio Fazolim.

Santa Catarina já representou muito do faturamento, mas com a nacionalização e inter-nacionalização este número mudou, não porque a empresa esteja perdendo venda, pelo contrário, continua com grande crescimento, mas porque está crescendo fortemente em outras regiões. “Hoje o mercado catarinense é muito diversificado, atendemos desde o setor alimentício e de brinquedos até os transformadores de descartáveis, filmes e construção civil”, explica o executivo.

Com o crescimento surgiram novos desafios, entre eles estão encontrar mão-de-obra especializada, a forte concorrência com produtos importados, os altos impostos pagos e a variação cambial. Mas a meta é ampliar negócios e entre as ações da Cristal Master está a participação na Interplast 2014. “Prepararemos um ambiente especial com 90m² para receber o público, em comemoração aos nossos 10 anos. Teremos alguns lançamentos, além da divulgação de nosso aditivo antimicrobiano à base de nanotecnologia de zinco, desenvolvida em parceria com a Kher”, completa Fazolim.

Fábrica da BMW cria novo nicho

Como era previsto, o polo automotivo é uma das grandes apostas de quem atua em SC. Com a geração de mais de mil novos empregos até 2015, a primeira fábrica de automóveis do BMW Group na América do Sul deve acelerar o desenvolvimento socioeconômico na região de Araquari. A meta da unidade é ter 740 novos postos ocupados até o último trimestre deste ano, quando serão iniciadas as atividades produtivas, e fechar 2014 com 800 colaboradores. Até o final de 2015, serão 1.300 contratados.

Para o setor plástico o avanço é expressivo porque os veículos BMW utilizam diferentesresinas e compostos de termoplásticos, como o polipropileno, que tem boa resistência e estabilidade química em para-choques, cobertura da cava de roda e revestimento lateral; o polietileno, que também é quimicamente estável e tem boa resistência ao envelhecimento, utilizado no depósito de combustível e depósito do líquido de lavagem; e o cloreto de polivinil, que tem como característica principal a resistência às condições climáticas e é aplicado à parte inferior do automóvel.

A versatilidade dos compostos plásticos possibilita diversas aplicações dos materiais. “Para o projeto do revolucionário modelo elétrico BMW i3, por exemplo, utilizamos plásticos de última geração em partes de reforço da carroceria de fibra de carbono, encosto dos bancos dianteiros e dos assentos traseiros, do tipo concha, e painel. Os bancos, por exemplo, foram produzidos em poliamida, pesam apenas dois quilos e oferecem rigidez, alongamento e tenacidade para atender aos requisitos de projeto do modelo.

Como resultado, possuem um formato elegante e moderno, com acabamento resistente a riscos e com alta qualidade de superfície”, informa à Revista Plástico Sul a Comunicação Corporativa do BMW Group Brasil. Sobre tendências em automóveis no Brasil, o BMW Group informa que vem investindo com convicção em inovações ligadas à sustentabilidade e mobilidade urbana. O lançamento do modelo BMW i3 no Brasil está previsto para o segundo semestre deste ano.

Inovação impulsiona C-Pack

Com sede em São José, a C-Pack tem na categoria Bisnaga e Tubos seu foco de atuação no mercado de embalagens plásticas. Pelo quarto ano consecutivo, e cinco no total, a empresa ganhou destaque na Pesquisa Pack de Preferência, da B2B Editora, em parceria com o Club de Pesquisa Opinião, Mercado e Comunicação em função de atendimento e qualidade. Com capacidade produtiva anual de 220 milhões de tubos, um extenso e diversificado portfólio, a empresa tem inúmeras variações em combinações decorativas e opções em tampas.

Todos os tubos, tampas e componentes atendem aos mais rigorosos padrões de qualidade. A indústria fornece tubos plásticos para os players cosmético, farmacêutico, industrial e alimentício e tem cerca de 500 colaboradores. Entre os mais de 400 clientes nacionais e internacionais, de pequeno a grande porte, destacam-se empresas como Avon, Boticário, Johnson & Johnson, Reckitt Benckiser, Flora, L’Oreal, Natura , Jequiti, Nivea, Unilever, Kimberly-Clark, Medley, Aché, entre outros. Atualmente, a C-Pack exporta para América Latina e os EUA.

Considerando que a massa crítica dos clientes está no eixo RJ/SP/PR – menos de 5% das vendas totais se destinam a Santa Catarina – uma primeira leitura pode insinuar desvantagem em estar no estado. Mas o diretor comercial Fábio Yasuda aponta fatores que mostram o contrário, destacando que estas várias vantagens não incluem incentivos
fiscais:

> mão-de-obra com grau universitário, em curso ou concluído, diferentemente de outras regiões do país;
> forte apoio de instituições públicas e privadas no treinamento e capacitação da mão-de–obra para operações industriais;
> abastecimento rotineiro do principal insumo, resina plástica, pelo único fabricante brasileiro (Braskem);
> estabilidade do abastecimento energético, com forte potencial de melhoria nos próximos anos;
> corredor para o Mercosul, importante em função das exportações para o mercado latino-americano;
> excelente oferta de portos internacionais tanto para exportações (quase 10% das vendas da C-Pack) quanto a importações (o parque fabril da empresa é composto por equipamentos na maioria europeus), com agilidade diferenciada nos processos aduaneiros; e qualidade de vida dos colaboradores, que reflete diretamente nos produtos.

Copo compostável da Minaplast

Outro case de sucesso é a Minaplast, fundada em 1977 em Urussanga, sul de Santa Catarina e que está entre as primeiras indústrias de descartáveis instaladas no Brasil. Referência na produção de copos, pratos, potes e tampas descartáveis, tem produção de 8 mil toneladas/ano de poliestireno transformado e distribuição em todos os estados brasileiros com as marcas Minaplast e Brasileirinho. Em fevereiro a empresa anunciou a inserção no mercado do primeiro copo descartável compostável de fabricação brasileira, o Green by Minaplast.

O produto usa como matéria-prima o ácido polilático (PLA), fabricado a partir de plantas como o milho e que, em usina, decompõe-se totalmente em um prazo de 90 a 120 dias. Só no primeiro semestre deste ano serão produzidos 10 milhões de copos com capacidade para 200 e 300ml. A distribuição começou em março pelas grandes redes varejistas do sudeste do Brasil e será gradativa nas demais. Por enquanto, ocorre principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

A matéria-prima empregada no Green é da marca Ingeo, importada dos EUA e com todas as certificações internacionais de compostabilidade exigidas também pela Europa e Japão – e que não utiliza petróleo em sua composição. Como o ácido polilático não tem resistência ao calor os copos compostáveis só poderão ser utilizados para servir bebidas frias ou geladas.

“Com a discussão cada vez mais frequente em torno da sustentabilidade, a Minaplast vislumbrou a oportunidade de apostar no produto compostável, uma vez que já existe uma mudança gradual de comportamento no que diz respeito aos cuidados com o meio ambiente. Assim a empresa saiu na frente ao contemplar um público que não quer abrir mão da praticidade dos descartáveis”, explica o Gerente Comercial Rafael Termehr.

A sustentabilidade tem forte apelo atualmente, mas o preço também e é importante para atrair o cliente às gôndolas. Neste caso, a matéria -prima tem custo até 40% maior que a necessária para a produção de copos descartáveis comuns. O preço final depende muito da margem aplicada pelo distribuidor/atacadista, mas, segundo Termehr, foi percebido que os consumidores priorizam o benefício que o Green by Minaplast oferta, pois a matéria-prima é de fonte renovável e depois de utilizado pode ser descartado com outros produtos orgânicos que vão ser destinados a locais ideais para a decomposição.

Avanço mundial da Abinfer

Santa Catarina abriga a sede da Abinfer (Associação Brasileira das Indústrias de Ferramentarias). A opção de ter a sede no Estado foi baseada na questão logística, uma vez que Joinville situa–se no centro do eixo Caxias do Sul/Joinville/São Paulo, as três maiores concentrações de ferramentarias no Brasil. Christian Dihlmann, presidente da Abinfer informa que em Santa Catarina prevalecem as ferramentarias focadas em projeto e fabricação de moldes para o setor de transformação de plásticos, principalmente para os processos de injeção e sopro.

“Um dos principais mercados destas ferramentarias é o das empresas transformadoras de PVC, pois a região norte catarinense é a maior consumidora nacional deste polímero. Em escala um pouco menor, também os ferramentais para termoformagem e conformação de metais são fortes. Por sediar um dos três maiores polos de ferramentaria do País, Santa Catarina tem peso considerável no mercado de moldes e matrizes brasileiros”, revela Dihlmann.

As ferramentarias catarinenses atendem principalmente os setores de construção civil, automobilístico e embalagens. Ou seja, em relação às peças estão incluídos todos os produtos das linhas predial, esgoto, irrigação e saneamento, as linhas de componentes automotivos de médio porte e os frascos e tampas para embalagens. Há ferramentarias em condições técnicas de projetar e construir peças de alta complexidade, mas a grande maioria das empresas atua com peças de média e baixa complexidade.

Dhilmann destaca que Joinville é a terceira maior cidade da região Sul e tem, há muitos anos, vocação nos segmentos de metal mecânica e de transformados plásticos. “Está estrategicamente próxima a três complexos portuários do Sul (São Francisco do Sul/Itapoá e Itajaí/Navegantes em Santa Catarina e Paranaguá no Paraná) e oferece profissionais qualificados para as empresas que se instalam na região. Por isso, é hoje um dos três maiores polos de ferramentarias do país”, aponta.

As propostas de estruturação do setor ferramenteiro englobam quatro macro metas: reduzir o déficit da balança comercial brasileira em 50% até 2017; gerar 2.000 empregos diretos de mão-de-obra altamente qualificada até 2017; ter superavit da balança comercial brasileira de US$ 200 milhões até 2026; e a mais audaciosa propõe  estar entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentais até 2026. Atualmente com 50 associados representando 2,5% do total de empresas no Brasil, quer atingir 300 membros até 2016.

Diversas são as ações em desenvolvimento, mas uma das principais foi participar da construção do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores – Inovar-Auto. “Essa medida é benéfica porque menciona explicitamente o setor ferramenteiro na lei. A previsão da demanda de ferramentais para este programa gira em torno de 15 milhões de horas anuais e a capacidade instalada no Brasil pode atender a 6 milhões desta necessidade”, informa.

Força do setor da construção

A indústria de transformação voltada para o setor de construção é fortíssima em Santa Catarina. Foi onde teve início a história de grandes empresas, mais especificamente em Joinville. Fundada em 2 de agosto de 1941, a Tigre conta hoje com 24 fábricas, sendo dez no Brasil. No exterior, ficam na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equa-dor, Peru, EUA, Paraguai e Uruguai. Isso totaliza 7,8 mil funcionários, sendo 5,8 mil no Brasil. A sede administrativa fica em Joinville, onde também está uma de suas unidades. “A fábrica local é uma das mais importantes, mas não podemos re-velar sua representatividade”, diz Thomas Karsch, gerente Corporativo de Marketing da Tigre.

A empresa é grande e tem marca muito forte, mas também precisa lidar com o avanço de concorrentes de grande porte que investem de forma agressiva no mercado da construção e reformas no Brasil. “A Tigre, na posição de líder do setor, tem mantido seus investimentos em inovação (lançamos cerca de 500 produtos ao ano), marketing e capacidade produtiva. Buscamos sempre a excelência em qualidade tanto nos processos internos quanto nos produtos, respeitando as normas técnicas vigentes. Nossa atuação ultrapassa as fronteiras do Brasil, o que nos torna competitivos também em mais de 40 países”, diz Karsch.

Mais tarde, em setembro de 1994, começou a trajetória da Krona Tubos e Conexões, fundada com 600 m² e apenas quatro funcionários. Em 2014, a empresa completa 20 anos de atuação no mercado brasileiro, com três unidades, 850 colaboradores e participação nos pontos de venda de 30% em conexões de PVC para condução de água fria no país. Reconhecida por prêmios nacionais anualmente, a empresa está entre as maiores do Brasil nos segmentos de tubos e conexões de PVC para água fria e esgoto,
segundo a pesquisa Anamaco/Ibope 2013.

Com capacidade de produção de 54 mil toneladas/ano, ocupa uma área total de 330 milm², com área construída de aproximadamente 60 mil m², divididas em duas unidades no Sul e uma no Nordeste – a primeira fábrica fora da região Sul, em Marechal Deodoro /AL, iniciou suas atividades em março de 2012. Em 2006 a Krona adquiriu uma fábrica especializada em acessórios sanitários, também em Joinville, que produz aproximadamente 150 toneladas/;mês. Em 2008 voltou a ampliar a Unidade Vila Nova, duplicando a produção. Instalou uma moderna fábrica de tubos de PVC para condução de água fria, que fez a empresa crescer 55% no mercado de tubos na região Sul.

“O crescimento da Krona em 2013 foi de 20% em capacidade produtiva”, destaca Valdicir Kortmann, diretor de Vendas e Marketing. A Krona tem um mix de 550 itens e uma ampla linha de acessórios para construção civil. A principal estratégia é expandir a participação no cenário nacional e investir na complementação das linhas.

Outra empresa forte é a Amanco, uma marca da Mexichem Brasil (Amanco, Bidim e Plastubos), subsidiária do Grupo Mexichem, com atuação nos setores de tubos e conexões e de geotêxteis nãotecido. A Mexichem Brasil possui cerca de três mil colaboradores e nove fábricas no Brasil sede administrativa em São Paulo, capital. “O mercado catarinense tem muitas fábricas regionais de diversos segmentos e, especificamente falando de tubos e conexões, concentra as maio-res do Brasil.

Temos duas fábricas em Joinville, onde produzimos as marcas Amanco e Plastubos. Estamos muito bem posicionados no mercado de SC. A marca Amanco é líder na América Latina”, diz Adriano Andrade, gerente Nacional de Vendas da Mexichem Brasil.

Desde sua criação a Amanco tem investido no marketing de forma agressiva e compreende que ele tem papel importante na construção de sua reputação, imagem e reconhecimento. Recentemente a marca lançou seu novo ícone de identificação e trabalhou de forma intensa para popularizá-lo.

Vale lembrar também do sucesso do jingle “Amanco! Amanco!”. “Além de oferecer escolha aos consumidores na compra de tubos e conexões, a marca tornou-se referência no segmento em tempo recorde. Os excelentes resultados podem ser atribuídos ao forte investimento em inovação e às estratégias de comunicação e marketing, além do fato de a sustentabilidade estar integrada à estratégia de negócio”, afirma Andrade.

A importância da Interplast

Em sua oitava edição, a Interplast, que acontece entre 16 e 22 de agosto, contará com mais de 500 marcas expositoras, abrangendo soluções e tecnologias nos segmentos de máquinas e equipamentos, transformadores, ferramentarias, embalagens, matéria-prima, periféricos, design e serviços, distribuídos em 21 mil m² de área. Em paralelo à feira acontece o Cintec 2014 Plásticos – Congresso de Inovação Tecnológica -, organizado pela UniSociesc.

A expectativa é reunir 600 congressistas em torno de temas de interesse do setor plástico. A EuroMold BRASIL – Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos -, ocorre pela segunda vez junto à Interplast, viabilizada por meio de joint venture entre a Messe Brasil e a Demat, uma das mais representativas empresas privadas de organização de feiras da Alemanha.

O diretor da Messe Brasil Richard Spirandelli destaca que o evento ganhou projeção nacional como o único no Brasil voltado para os construtores de moldes e ferramentas, design e desenvolvimento de produtos. “Este ano a feira estará bastante focada em design de produtos, protótipos e em engenharia de produtos”, diz. A Interplast tem promoção e realização do Simpesc e apoio da Abiplast e da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Novamente ocupará todo o complexo de exposições da Expoville.

A previsão de negócios é superar os R$ 480 milhões da última edição por conta da primeira Rodada de Negócios do Setor Plástico e também da formação de um novo polo automotivo na região. “Este polo traz consigo a necessidade de investimentos, máquinas e equipamentos, além de matéria-prima para as empresas da cadeia”, explica Spirandelli. “Estamos com a planta da edição de 2014 100% ocupada desde o mês de fevereiro e com fila de espera de empresas que querem expor no evento. Teremos expositores de sete estados brasileiros e internacionais (Alemanha, China, Taiwan, Itália, EUA, França, Coréia e Portugal)”, finaliza.

Fonte: Revista Plastico Sul

 
 


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