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Chegamos ao limite!

28 de março de 2013
Chegamos ao limite!

Chegamos ao nosso limite. O empresário brasileiro, sempre o vilão, agora é a vítima. De um lado, o governo nos aperta com uma carga tributária recorde de 36%. De outro, os insumos estrangulam os lucros e determinam o fim da competitividade.

Na indústria dos materiais plásticos, por exemplo, as principais matérias-primas tiveram reajustes entre 15% e 45% em 2012 e, diante da escassez da mão de obra, os trabalhadores vêm acumulando ganhos acima da inflação, que chegam a quase 32% nos últimos sete anos.

Na pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional da Indústria verifica-se que o aumento dos custos industriais em 2012 deve-se, sobretudo, ao crescimento do custo de produção. Na comparação entre as médias de 2011 e 2012, o custo de produção subiu 8,3%, puxado pelo custo com pessoal (10,8%) e com insumos importados (15,3%). Em menor ritmo, o já altíssimo custo tributário cresceu 5,6%.

Esse quadro, por si só, explica facilmente por que nossas prateleiras estão inundadas de produtos chineses. Os números e os fatos mostram por que a indústria teve queda de 0,8% em 2012 e a economia brasileira, como um todo, cresceu somente 0,9%, muito longe dos 4% previstos pelo governo federal em novembro de 2011.

O processo de desindustrialização pelo qual passa o Brasil é extremamente nefasto para o País e preocupante para o empresário, mas catastrófico para o trabalhador. Se, por um lado, ele acumula ganhos nos últimos anos, por outro, os postos de trabalho na indústria tendem a diminuir drasticamente, à medida que importar e distribuir aqui têm se tornado práticas muito mais rentáveis.

Ou seja, o empresário, acuado pelos altos custos para tocar seu negócio, busca alternativas para manter-se. E a importação tem se mostrado a opção mais interessante, mas pouco sustentável, do ponto de vista da empregabilidade.

Metalúrgicos, engenheiros, operadores de máquinas, profissionais de manutenção e outros postos da indústria tendem a se tornar cada vez mais escassos, diante da falta de competitividade da nossa indústria, que se vê obrigada a trazer o produto pronto de outros países.

E não falamos apenas da China. Estudo recente mostra que um mesmo produto feito no Brasil, na Alemanha ou nos Estados Unidos custa até 36% menos nestes dois países, cujos salários e os índices de qualidade de vida são bem mais elevados do que no Brasil.

Ou seja, o momento é delicado e a indústria do plástico vem sentindo fortemente os efeitos da ausência de uma política econômica de verdade, que contemple medidas estruturais e de longo prazo, ao invés de ações pontuais e localizadas, como a redução dos impostos nas tarifas de energia elétrica e desoneração da folha de salários, que atacam a dor de cabeça, mas não curam o câncer que a originam.

Albano Schmidt – presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico no Estado de Santa Catarina.

Fonte: AN – VOCÊ.leitor

 

 
 


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